Redesign: Como aumentar a percepção de valor da marca da Mercearia mais antiga de São Paulo?

Como agregar valor a marcas centenárias cujo sucesso está tão consolidado?

Jeziel Nunes

1/9/20243 min ler

Redesign: Como aumentar a percepção de valor da marca da Mercearia mais antiga de São Paulo?

Como bom paulistano, amo o centro histórico de Sampa e suas tradições. Nunca me esqueço dos tempos em que trabalhei na Rua Líbero Badaró, ao lado do Metrô São Bento. Amava os fins de tarde das sextas-feiras, após o expediente, quando a correria habitual cedia lugar ao charme, à boemia e à cena cultural pujante que só São Paulo tem. Era o cenário ideal para relaxar nas tantas opções gastronômicas disponíveis na região do Largo do Café.

É nesta rua, no edifício histórico Sampaio Moreira, primeiro arranha-céu da cidade, que está situada a Casa Godinho, uma mercearia centenária fundada em 1888 pelo imigrante português José Maria Godinho, hoje administrada por seu atual proprietário, Sr Miguel Romano. A Casa Godinho é um dos cinco estabelecimentos comerciais mais antigos da cidade e tem como especialidades queijos, azeites, vinhos e, é claro, o tradicional bacalhau. A casa ostenta em sua página do Facebook o orgulho de ser a detentora do prêmio de melhor empada de São Paulo. Eu me identifico!

Diante de tantos atributos de qualidade e tradição, fica a seguinte pergunta: como agregar valor a uma marca cujo sucesso está tão consolidado? Sem nenhum pudor, mas com o máximo respeito, propus-me o desafio de analisar o caso, ponderando em como nossa metodologia, que alinha pesquisa, criatividade e boas práticas em design, pode ajudar marcas tão tradicionais como a Casa Godinho a ampliar seu alcance e percepção de valor.

Vamos analisar alguns pontos:

Pesquisa

Antes de tudo, é importante compreender se a atual identidade visual ainda se alinha ao propósito, valores e objetivos atuais da empresa. Ouvir e entender o público-alvo, mapear o posicionamento da concorrência, buscar referências visuais, alinhar expectativas com o cliente afim de compreender suas reais necessidades, é fundamental para desenvolver uma identidade visual coesa, bonita e funcional.

Diagnóstico

Em redesign de identidade visual, a etapa de diagnóstico da nossa metodologia propõe perguntas como: a identidade visual atual é efetiva na comunicação com os possíveis novos públicos? Seus assets atuais podem ser potencializados? A expressão verbal e tom de voz comunicam com eficiência a imagem ideal da marca? Há espaço para ampliar seu market share? Quais são os públicos?

Potencialização

De posse deste diagnóstico, podemos planejar como conduzir um redesign criativo, porém muito cuidadoso, de modo a potencializar os principais ativos da marca (sua tradição e qualidade, por exemplo) com o objetivo de agregar ainda mais valor à percepção de sua base atual de clientes e expandi-la para novos públicos sem comprometer sua herança histórica e autenticidade, mas sim realçando-a para uma releitura mais contemporânea.

Desdobramentos

Os ativos da marca devem ser valorizados, estudados, “polidos”, validados e, então, evidenciados na nova identidade visual em todos os seus pontos de contato, de acordo com o diagnostico prévio, planejamento estratégico e execução técnica especializada.

Conclusão

Embora uma marca centenária possa se beneficiar de ajustes ou atualizações na identidade visual para se manter relevante, é crucial abordar qualquer redesign com cautela e respeito à sua base de clientes, imagem positiva e legado. Um equilíbrio entre preservar a herança e adaptar-se às demandas contemporâneas é essencial. Um redesign bem planejado pode rejuvenescer a marca sem perder o charme e a autenticidade que a tornaram um ícone ao longo dos anos, aumentando sua diferenciação, relevância e atratividade a novos públicos.

Por Jeziel Nunes, 2024.

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